Internet das Coisas – Você não viu nada ainda
Prepare-se: Avisos como “Há uma atualização de software disponível para a sua torradeira” farão parte do seu dia-a-dia.
Por André Mazeron, Sócio-Diretor da Leverage
Os dispositivos conectados vieram para ficar. Eles se proliferam em velocidade impressionante em casa e no trabalho e você já olha meio atravessado para a sua torradeira atual porque ela não tem wifi. A corrida para lançar rapidamente o mais novo dispositivo tem um preço – e quem paga é você.
Veja uma breve lista de produtos conectados que você talvez não tenha ouvido falar:
- Escova de dentes
- Garrafa de vinho
- Máquina de fazer suco
- Mala de viagem
- Cama
- Guarda-chuva
- Lata de lixo
- Vaso de plantas
- E, claro, a torradeira com wifi.
Talvez você ainda não esteja interessado no guarda-chuva inteligente, mas pode ser que sua filha acabe ganhando a Barbie conectada com a internet. O certo é que estes dispositivos do mundo IoT (Internet of Things) vão ter papel cada vez maior na sua vida, com impacto na sua privacidade e segurança.

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Pesquisadores da Barbie em questão identificaram 25 vulnerabilidades no brinquedo. Algumas dessas vulnerabilidades podiam ser usadas por um atacante remoto para conversar com a criança via internet, com óbvias implicações para a segurança. A Barbie ficou apenas um pouco acima da média em termos de risco, que é de 24 vulnerabilidades por dispositivo IoT.
Smart TVs que podem ser usadas para monitorar suas conversas, câmeras de vigilância acessíveis por qualquer um, fechaduras eletrônicas mais fáceis de arrombar que as mecânicas e até automóveis que podem ser controlados via internet são exemplos já bem conhecidos e divulgados de como este risco vem se tornando mais comum.
Estes problemas nascem em geral das práticas inseguras de desenvolvimento e da pressa para o go-to-market e vão se fazer sentir em riscos crescentes à segurança. Junta-se a isto o fato de que mesmo quando os fabricantes liberarem atualizações de software, nem todos os consumidores irão aplica-las. A remediação disto depende de empresas e consumidores mais preparados.

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No lado do fabricante é necessário treinar desenvolvedores e e engenheiros sobre segurança da informação, para incluir segurança já no design do produto. Além disso, idealmente, o dispositivo deveria funcionar como os aplicativos do seu smartphone, que se atualizam automaticamente sem depender de ação do usuário.
Na ponta do consumidor, é importante é a conscientização de todos (incluindo seus filhos) sobre os riscos da internet e exigir do fabricante informações claras sobre segurança e atualização dos dispositivos.
Se todos fizerem sua parte para uma internet mais segura, quem sabe poderemos usufruir com tranquilidade os benefícios da IoT, como sermos avisados pelo app do celular quando nossas torradas ficaram prontas. Nossa, como conseguíamos viver sem isto?