Mobilidade não é sobre o que você acha

Por: André Mazeron
Originalmente publicado na Revista BPM Brasil

Outro dia eu discutia com um amigo sobre uma foto que circula nas redes sociais: um café com uma placa onde se lê “Não temos WIFI. Conversem entre vocês”. A discussão era se isto representa uma falta de visão do proprietário ou um resgate de valores tradicionais, mas discussões assim não abordam um tema fundamental: Mobilidade tem significados e relevância diferentes para cada geração.

O café que tenta vender a sua deficiência em serviços agregados como uma virtude falha em entender o que se procura hoje em um local como aquele, e falha em entender que conectividade permanente é o novo “normal” para as gerações mais novas.

Nem todos concordam que mobilidade e WIFI são importantes

Nem todos concordam que mobilidade e WIFI são importantes

Se você ainda pensa em smartphones e tablets como “tecnologia”, lembre-se de que tecnologia é tudo aquilo que inventaram depois que você nasceu. Quando a TV começou a se popularizar, não faltaram aqueles que a consideravam uma ameaça à família e à educação. Para crianças de 2 ou 3 anos que já operam tablets, isto será algo tão trivial nas suas vidas como a luz elétrica.

A mesma coisa se repete nas empresas. Apesar de todas as evidências que apontam para os ganhos de produtividade com a mobilidade e o uso de dispositivos pessoais no trabalho (240 horas a mais de produtividade por ano por trabalhador móvel, segundo a Capgemini), muitas organizações ainda resistem à sua introdução, baseada em valores de quem usou um smartphone somente depois dos 35 ou 40 anos. Abusos sempre irão ocorrer, mas a organização deve determinar a política pela maioria e punir as exceções, e não o inverso.

Felizmente algumas organizações de vanguarda começam a mudar isso. Recentemente um CIO de uma grande organização nacional comentou que eles consideram o uso de dispositivos pessoais como fator necessário para atração e retenção de novos talentos. A organização já entendeu que precisa integrar os valores de quem está entrando agora no mercado, tirando proveito do que podem agregar.

Hoje já é possível integrar o uso de dispositivos pessoais na organização com segurança, segmentando dados pessoais e de trabalho, preservando a propriedade intelectual da organização sem invadir a privacidade do colaborador, obtendo assim os benefícios de produtividade e satisfação dele com sua atividade.

Quanto ao Café? Bem, tomara que não abram um Starbucks com WIFI grátis do lado.