Sem suporte para trabalho remoto, empresas perdem produtividade

Por: André Mazeron
Originalmente publicado na Revista BPM Brasil em 24/06/13

O trabalho não é um lugar para onde vamos; é o que fazemos. No passado, era impensável para um trabalhador de escritório que sua atividade fosse desenvolvida em qualquer outro lugar que não o próprio escritório. Claro, existia o contexto de levar trabalho para casa, mas não o de trabalhar de casa durante o horário normal.

As mudanças de comportamento e os avanços tecnológicos trazem uma busca maior por qualidade de vida e equilíbrio entre vida pessoal e profissional ao mesmo tempo em que a linha que separa os momentos pessoais e profissionais se torna difusa. Então o que esperar do local de trabalho?

Uma pesquisa da Steelcase traz resultados interessantes sobre o que é esperado hoje do local de trabalho pelos colaboradores. Ela aponta a necessidade de fornecer um ambiente físico adequado em termos de luz, ar, temperatura e ergonomia, mas destaca as expectativas adicionais, como:

  • Acesso fácil à informação relevante e a pessoas que possam contribuir na atividade;
  • Espaço adequado para reuniões formais, mas também para reuniões espontâneas entre pequenos times;
  • Locais privados e quietos para atividades de alta concentração;
  • Capacidade de demonstrar e apresentar o seu trabalho;
  • Conversas informais;
  • Espaço que promova a colaboração e troca de ideais.

Estes fatores são universais, e tem pouca relação com a faixa etária dos colaboradores. A mesma pesquisa aponta que a única diferença significativa entre colaboradores da Geração Y e os demais é que os Y são duas vezes mais inclinados a usar headfones no trabalho para obter privacidade ou concentração.

Repensando o escritório tradicional

Repensando o escritório tradicional

Entre as reclamações mais frequentes de empregados insatisfeitos com seu local de trabalho estão distrações próximas ao local de trabalho e o tempo gasto para localizar pessoas ou salas de reunião disponíveis. No final das contas, isto irá afetar a satisfação com o trabalho e a capacidade da organização de atrair e reter talentos.

O escritório já não é mais o espaço onde vamos para trabalhar, é o espaço onde vamos para colaborar e interagir com os colegas. Mais do que grandes salas de reuniões, os espaços para pequenos grupos fazerem encontros espontâneos é o que permite isto. E nos momentos onde a atividade requer silêncio e concentração, espaços mais privados também se fazem necessários.

Áreas de trabalho flexíveis para acomodar a necessidade do colaborador naquele dia, sem posições fixas, e com espaços próprios para atividades como videoconferência e colaboração, são decorrência destas demandas.

E se o trabalho não se encerra no final do expediente ou quando o colaborador está externo, ou ainda para aquelas atividades que demandem concentração, o suporte tecnológico ao trabalho remoto se torna essencial. Hoje soluções de desktop virtuais, gerenciamento de dispositivos móveis e colaboração remota permitem viabilizar o trabalho remoto sem colocar em risco a propriedade intelectual da organização.

Sua organização viabiliza o trabalho remoto? Se não, qual o motivo? Risco de vazamento de dados? Receio de que o colaborador não esteja produzindo? Você acha mesmo que seus colaboradores não estão acessando redes sociais mesmo com uma política que proíbe este uso? Ou você mensura a produtividade pelo número de horas que o empregado está sentado à sua mesa?

Organizações que falham em viabilizar o trabalho remoto ou flexível, ou em oferecer espaço físico que permita uma maior integração entre as pessoas, perdem em produtividade e na capacidade de atrair e reter profissionais.

A pesquisa da Steelcase está disponível na sua revista 360o, que pode ser baixada em http://360.steelcase.com