NSA, programa PRISM e o monitoramento pelo Estado
Caso você não tenha visto, o Guardian e o Washington Post divulgaram quase juntos informações a respeito do massivo monitoramento que a NSA faz em serviços de telecom dos EUA. Isto inclui o monitoramento de chamadas telefônicas de milhões de usuários da operadora de telecom Verizon, e acesso direto a dados de provedores de serviços na nuvem como Microsoft, Facebook, Google, Apple, Skype e outros. O nome da iniciativa é projeto PRISM.
O PRISM dá a capacidade à NSA de acessar e-mails, ligações de VoIP, chat, fotos, arquivos, etc., sem a necessidade de ordem judicial, o que é garantido por lei. É virtualmente impossível imaginar que você não utiliza nenhum dos serviços envolvidos, o que nos leva às perguntas: E Agora? O que isto significa em termos de liberdade individual quando fica comprovado o que há muito já se desconfiava, de que qualquer expectativa de privacidade na internet é uma ilusão? E quando o número de governos envolvidos na espionagem de seus próprios cidadãos ou de organizações e pessoas de fora só aumenta, quantos olhos e ouvidos estão nos monitorando neste momento?
No Brasil também há a desconfiança de abuso de tecnologias que permitem o monitoramento de ligações de celular, mas pouco se sabe sobre o total alcance disto. Ainda que a intenção original seja nobre, é difícil saber os limites disto, e que controles existem sobre quem tem acesso à esta visão onisciente do que fazemos.
Podemos apenas nos questionar sobre o impacto que isto tudo pode ter na democracia quando o governo, nas palavras de um dos agentes da própria NSA, é “capaz de literalmente ver suas ideias enquanto você digita”. O contexto de vigilância do Estado que estamos criando hoje irá, para o bem ou para o mal, nos afetar por um longo prazo.
Estamos vivendo tempos negros. Está ficando dificil. Queremos nos livrar dos bandidos, mas… essa atitude dos governos, o que significa ? Que não somos livres.
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